terça-feira, 11 de setembro de 2007

É do conflito que nasce a organização.



O que me fez publicar este texto foi lembrar de uma frase dita por uma professora durante uma das minhas aulas na Pós-Graduação. A frase é a mesma do título acima: "É do conflito que nasce a organização".
Você já parou para observar que em muitos casos, o título convém com a realidade? É mais ou menos aquilo que citei no texto sobre tratamento de choque. Resultam nas mesmas consequências, mas com a tal da "porrada" de uma maneira mais leve e mais sutil. Partirei da análise como um todo para depois chegar no individual de cada um. Assim pretendo.

Não sou nenhum sociólogo ou psicólogo, apesar de ter um grande fascínio pelo assunto e ler de vez em quando alguma coisa sobre, principalmente para aplicar em minha profissão, mas a sociedade sempre foi testemunha dos mais diversos conflitos, sejam eles de diferentes naturezas.Os conflitos geram desarmonia entre as partes envolvidas, ou seja, permitem um desequilíbrio oriundo de diferenças de opiniões e percepções da individualidade de cada sociedade. Imaginemos um exemplo bem simples de uma comunidade que possui um patrimônio histórico natural (uma árvore centenária, por exemplo) e que esta tenha que ser derrubada, pois em seu local passará a linha de trem que vai resolver o problema do fluxo de usuários de transporte coletivo na cidade.

A comunidade se revolta e uma mobilização é criada para impedir a obra, mesmo que a mesma traga benefícios para a população. É quando entram os argumentos de ambos os lados. A comunidade se justifica dizendo que a árvore tem um significado emocional muito grande, pois ela simboliza várias gerações. O argumento oposto compreende-se através do fato de que com a linha de trem, o fluxo de usuários do transporte coletivo seria amenizado e, com isso também, haveria menos desconforto para aqueles que só dependiam dos lotadíssimos ônibus urbanos. Dessa oposição de opiniões, surgiu o conflito.

A negociação de ambas as partes é uma característica de um conflito. Cabe às partes decidirem o que é melhor e entrarem em um acordo mútuo. Quando isso não acontece, o conflito se prolonga e a escala de consequências ruins se agrava em uma proporção muito maior. Exemplo disso são os EUA e o Iraque. Não há negociação, não há acordo e isso impede uma organização. E que organização é esta? Reciprocidade nas ideias, harmonia nas relações, entre outros atributos de caráter positivo que só contribuem para o bem.

Porém, o conflito é desgastante e estressante e precisa ser urgentemente amenizado para não surtir um efeito negativo. O conflito também se estabelece em nosso eu. Trata-se de contradições e oposições de ideias em que nos encontramos influenciados através do meio em que vivemos, em nossas dificuldades e em nossos relacionamentos. Às vezes é necessário que forcemos um conflito, mesmo sem a necessidade do mesmo, para chegarmos a uma solução e uma organização, sejam elas individuais ou coletivas. A de forma coletiva, creio eu, é a mais difícil, contudo, é a mais prazerosa e a mais gratificante. Voltando a bater naquela mesma tecla do texto sobre o tratamento de choque. É preciso um abalo das estruturas, um choque emocional e o conflito entre dois indivíduos (ou grupo de indivíduos) para forçar uma busca pela solução.

Busquem sempre a organização em todos os aspectos, mesmo que esta nasça de um conflito.
Um abraço!