domingo, 23 de março de 2008

Poeira Publicitária - Nº 02

Como vai leitor, visitante deste singelo blog? Uma semana se passou e é hora de atualizar as coisas por aqui. Como ficou prometido, trago hoje mais um espisódio da série Poeira Publicitária apresentando grandes clássicos da nossa propaganda. O que mostro hoje irá marcar presença em outras edições da série. Tratam-se de comerciais de automóveis. Sou fascinado por comerciais antigos desse segmento porque é engraçado ver carros que hoje são verdadeiras latas ambulantes, sendo anunciados como novos, zero quilômetro.

Então vamos ao primeiro de hoje:



Esse comercial foi um dos que lançaram a Fiat no Brasil, em 1976, em meio a uma crise do petróleo. O Fiat 147 foi o primeiro carro lançado pela montadora no país. Para quebrar a desconfiança das pessoas, foram veiculados comerciais que desafiavam o automóvel que apresentava um conceito de economia e praticidade. Em outro comercial, o carro percorreu por toda a ponte Rio-Niterói (14 quilômetros) com um litro de gasolina, consumindo apenas 3/4 de litro. Porém, o carro proporcionou à Fiat uma péssima impressão por muitos anos, o que mudou nos anos 2000.

A seguir, outro "carrão". O Chevette S/R:



O comercial acima é de 1981 e lançava o potente Chevette S/R. Tratava-se de um modelo esportivo que atraia o público mais jovem. Não sei você, mas eu dei boas risadas com o Chevettão bravo. A cena do cinto também é ótima.

E eu não poderia me despedir sem antes citar mais um comercial. Não apenas mais um, mas sim um clássico da propaganda brasileira:



Em 1971, este comercial entrou para a história. Ao mesmo tempo que divulgava a construção de uma das rodovias mais importantes do país (a Transamazônica), mostrou a ousadia de apresentar um conceito de carro forte. Criado por um dos meus ídolos profissionais, Alex Periscinoto, o VT teve suas dificuldades. o Fusca voi levado por um Hércules da Força Aérea e a equipe foi atrás em um avião monomotor. Toda a equipe de produção ficou hospedada em um único quarto de uma precária pensão com direito a ataques de aranhas. O automóvel atolou por várias vezes no terreno, sendo resgatado por tratores.

O Fusca, desde o seu lançamento em 1962, comercializou mais de 3,3 milhões de unidades. Será difícil vermos esse carro extinto. Uma pena é que quase 40 anos se passaram e pouca coisa mudou em relação a Transamazônica. A rodovia não é pavimentada em sua grande maioria e na época de chuva - entre outubro e março - é intransitável, sendo preferida por aventureiros em seus jipes 4x4.

Espero que você tenha se divertido com os comerciais que apresentei hoje. Ainda mais por saber que esses carros já foram novinhos um dia.

Um abraço e até a próxima postagem.

domingo, 16 de março de 2008

Os Sentidos da Memória.

Olá caro(a) visitante do meu mundo.  Veio-me a idéia de escrever sobre algo que aparentemente pode ser bobo, mas tem grande relevância em nossa vida. Por isso, o Poeira Publicitária ficará para a próxima postagem.



Vocês já perceberam que dos cinco sentidos do corpo humano, dois deles estão inteiramente ligados a nossa memória? Os cinco sentidos têm a função de permitir nosso relacionamento com o ambiente. Como vimos na aula de Ciências da 2ª série, são eles a Visão, o Paladar, o Tato, o Olfato e a Audição. O post de hoje serve para falar destes dois últimos.

Certa vez, encontrei um velho frasco de perfume numa caixa. Abri para sentir o aroma e quando a fragância entrou pelo meu nariz, que diga-se de passagem é grande o suficiente para perceber isso (risos), veio-me na hora lembranças do tempo do ensino fundamental. Por quê? Era o perfume que eu usava quando ia para a escola. Ao mesmo tempo, veio-me outras lembranças relacionadas como a turma da sala de aula, o bairro da escola, entre outras recordações. Às vezes, o cheiro de um alimento ou de um ambiente também nos faz lembrar de coisas do passado. É impressionante como o olfato tem esse poder de lembrança. Coisa que a visão e o tato não tem, pois nem sempre, quando uma pessoa vem falar com você, e mesmo com a troca de olhares, lembra-se de quem se trata. O paladar até pode ter esse poder, mas não em grandes proporções.

Já a audição, essa também, possui uma certa força em resgatar lembranças do passado e trazer um ar de saudosismo. Isso acontece principalmente quando a audição é usufruída por meio da música. Acho que a audição só tem o poder de lembrança com mais intensidade através dessa forma de arte. Quantas vezes você não ouviu uma canção e lembrou de alguém, de um momento, de uma alegria, de uma dor? Eu, particularmente, lembro do meu primeiro ano do Ensino Médio cada vez que ouço "Adam's Song" ou "What's My Age Again?" do Blink 182. Isso porque foram músicas que marcaram aquele período da minha vida. Há músicas que me fazem lembrar de pessoas. Há certas músicas que estou proibido de ouvir por ordens médicas, psiquiátricas, papais e etc. É daí que tiramos a importância da música para as nossas vidas. O quanto elas interferem nos comportamentos. Grau de importância esse presente na musicoterapia que trata de diversas patologias por meio da música. Mas claro, tudo isso não seria possível sem a audição, um dos sentidos fundamentais para o aprendizado de qualquer indivíduo.

Eu poderia abordar, destacar, citar e buscar diversos pontos de vista e conclusões sobre esse assunto, mas não pretendo fazer desse post uma tese de doutorado. Contudo, é interessante observar esses fenômenos que estão presentes em nossas vidas com tanta freqüência, mas que passam despercebidos por nós.

O que me fez escrever este texto hoje foi o fato de ouvir uma música que me lembrou da minha última viagem, em dezembro. Estava na divisa do município de Sarandi e Marialva aqui no Paraná, indo para São Paulo, dentro de um ônibus, e foi quando liguei meu mp3 player (companheiro de viagem) e tocou a música do vídeo abaixo. Aquela paisagem rural de fim de tarde que ilustrava a janela do ônibus enqüanto tocava a música, foi suficiente para marcar na memória. Posso ficar 10 anos sem ouvir essa música, mas terei a certeza de que quando ouví-la novamente, irei lembrar dessa viagem ou, para ser exato, desse momento da viagem.

A propósito, agradeço à amiga e leitora assídua deste blog, Paulinha, por ter baixado e mandado a música para mim, uma vez que estava há quase quatro anos procurando por ela. A música em questão é esta:



Fique com Deus e até a próxima.