sábado, 19 de abril de 2008

Poeira Publicitária - Nº 03

Olá visitante deste singelo mundo. Trago hoje mais um episódio da série Poeira Publicitária e mais uma vez resolvi segmentá-lo. Apresentarei alguns comerciais clássicos de marcas que são sinônimos de produtos. Mas antes, explicarei o que significa isso.

Uma marca vira sinônimo de produto quando ao invés de chamar achocolatado de achocolatado, você o chama de Nescau, por exemplo. Em muitos casos, a marca representa um produto de forma tão intensa que nós o conhecemos apenas pelo nome da marca. Um exemplo forte é Xerox. Atribuimos o nome da marca da fotocopiadora para qualquer tipo de fotocópia. Quem já não viu a famosa plaquinha: "Tiramos xerox" ou frases como "Traga uma xerox da sua certidão de nascimento". Eu, particularmente, acho isso fantástico e é o orgulho de toda empresa ver a sua marca virar sinônimo de produto. Então vamos a alguns exemplos:



Este foi um dos vários vídeos dos Cotonetes. O homenzinho azul foi o garoto-propaganda da marca no lançamento do produto no Brasil na década de 70. O público simpatizou de tal forma com o produto que este, assim como seu personagem, sairam da mídia, mas até hoje têm uma presença marcante nos lares brasileiros. O homenzinho azul ainda está presente nas embalagens. Talvez as pessoas mais novas nem imaginam o porquê dele alí. E o melhor de tudo foi fazer da marca um sinônimo de produto, pois independente da marca que for, sempre será o produto Cotonete. Ou vai me dizer que você foi ao supermercado ou à farmácia e trouxe uma caixa de hastes flexíveis com pontas de algodão, o verdadeiro nome do produto? Ah! Conta outra, vai.

Vamos ao próximo:



"Tá com dor de cabeça? Toma uma aspirina que passa." Aspirina virou sinônimo de comprimido para dor de cabeça. Pode ser qualquer outra marca, mas o termo utilizado é aspirina. Hoje isso não acontece com tanto impacto, mas no começo - é claro com a propaganda (viva!!!) associada a marca Bayer e ao seu quase centenário slogan "Se é Bayer, é bom" - qualquer comprimido que aliviasse a dor era chamado de aspirina.

O próximo eu acho fantástico:




Quando eu me mudei para o Paraná, percebi essa marca como sinônimo de produto na região. Talvez no sudeste também seja. Acontece que cueca lá no norte, é cueca mesmo. Ponto e acabou. Por outro lado, aqui no sul, as pessoas chamam cueca de zorba, ou seja, a propaganda da marca de roupa íntima masculina fez tanto sucesso no sul do país que Zorba virou um sinônimo de produto por aqui. Sem contar que este comercial da Zorba é considerado um dos clássicos da propaganda brasileira.

E para encerrar, não poderia deixar de fora um dos maiores exemplos de marca como sinônimo de produto:



Bom Bril não se resume somente à esponja de aço. Trata-se de uma empresa que atua no setor de higiene e limpeza doméstica com uma variedade em sua linhas de produtos, mas a esponja de aço é o seu produto principal. Este alavancou suas vendas e tornou-se presente em 90% na preferência dos consumidores graças ao seu garoto-propaganda recordista, o ator Carlos Moreno que já gravou mais de 350 comerciais para a linha de produtos Bom Bril. Carlos Moreno foi tão importante para a empresa que após a sua saída, em 2004, o produto perdeu terreno no mercado para outros concorrentes, principalmente a Assolan. Em 2007, Moreno assinou um novo contrato de tempo indeterminado para que a Bom Bril saísse do sufoco da concorrência. No vídeo acima você pôde acompanhar os melhores momentos desses 30 anos de Carlos Moreno como garoto-propaganda da Bombril e que fez desta marca sinônimo de esponja de aço.

Posso citar vários outros exemplos como Maizena (amido de milho), Durex (fita auto-colante), Q-boa (água sanitária), Leite Moça (leite condensado), Gillete (lâmina de barbear), entre outros. Há alguns que você nem imagina que seja uma marca, ao invés de um produto. Cito como exenplo o poliestireno. Nome estranho, não é? Pois pasmem. Este é o produto da marca Isopor. Essa relação é parecida com o caso da Xerox.

Antes de encerrar, lembrei de um fato engraçado que um professor, que tive na faculdade, - o grande mestre Everton Arruda - citou a respeito do Nescau como sinônimo de produto. Conta-se que em uma pequena cidade foi lançado um achocolatado em pó que não lembro o nome, mas o chamarei de Chocolex em minha homenagem. Numa ação de merchandising em um programa local, o garoto-propaganda em posse do produto soltou a seguinte pérola: "O nosso nescau é melhor que qualquer outro nescau que tem por aí. Por isso o melhor nescau é o Chocolex". Não preciso dizer mais nada, não é?

O Poeira Publicitária teve um lado mais didático hoje e espero que tenham gostado.

Um abraço e até a próxima.

segunda-feira, 14 de abril de 2008

Simplesmente foi uma moda.

Olá visitante do meu mundo. Trago hoje um assunto que nasceu em uma comunidade do Orkut outro dia. O assunto abordado era o Rock Nacional dos anos 80. Conversa vai, conversa vem, cheguei a uma conclusão que resolvi abordar aqui. Vamos a ela então.



Quem viveu - e até quem não viveu – a década de 80, sabe muito bem que o rock nacional foi bastante presente na mídia. Com o embalo, surgiram muitas bandas de peso e que hoje são consideradas ícones do rock brasileiro. De cada cinco músicas que tocavam na rádio, três eram rock nacional. Esse estouro ganhou força maior com a primeira edição do Rock in Rio em 1985. O Brasil era palco de um dos maiores festivais de Rock do mundo e em virtude disso, muitas portas se abriram para as bandas nacionais.

A mídia alavancou as bandas que estavam no auge e possibilitou o surgimento de várias outras. Os artistas eram vistos como verdadeiros Rock Stars. Em um Globo Repórter, houve uma matéria exclusiva para mostrar o dia-a-dia do RPM. Fãs histéricas na porta do hotel, segurança reforçada, shows lotados... Mas por que tudo isso? O Rock Nacional daquela época realmente foi bom? Ele foi melhor do que é hoje?

Cheguei a conclusão de que o rock nacional da década de 80 não foi melhor do que hoje e as bandas atuais não são a “porcaria” que muitos dizem serem. O que o rock nacional teve na década de 80 foi uma maior atenção da mídia. A TV, as emissoras de rádio, entre outros meios, deram uma certa importância maior para o gênero. Você, que está lendo este texto, acha que a banda Dr. Silvana & Cia faria sucesso hoje com a música “Serão Extra”? Aquela que diz “Eu fui dá mamãe...”? Não cito somente eles, mas outras diversas bandas que apareceram aos montes naquela época e que hoje nós ainda gostamos bastante. Muitas daquelas bandas, se estivessem nascendo hoje, não passariam de bandas undergrounds buscando um lugar ao sol em sites alternativos como o Trama Virtual e o Palco MP3.



Um exemplo de que a atenção dada pela mídia naquela época foi maior do que a de hoje é o fato de muitas bandas ainda terem continuado seus trabalhos e que para muitas pessoas elas acabaram. Foi o som delas que ficou ruim ou fraco? Não, pelo contrário, continuam a fazer belas canções e ter a mesma enregia. Posso citar diversas bandas como Nenhum de Nós, Uns e Outros, Plebe Rude, Capital Inicial entre outras tantas que sempre se mantiveram na estrada, mas que a mídia não deu nenhuma importância. Esta última voltou para a mídia dez anos depois graças a um Acústico Mtv.

Seria então o Rock Nacional a “modinha” dos anos 80? Hoje o termo “modinha” é bastante utilizado para destacar algo que está em evidência em grande escala. Ou seja, é uma tendência. Só se ouve falar, só se ver na TV, na revista, em todos os lugares. Enfim, moda mesmo. Por mais que eu considere o uso do termo “modinha”, uma modinha também (sem ser redundante) chego a conclusão de que o rock nacional dos anos 80 só fez sucesso e só é lembrado porque ele foi a moda daquele ocasião. Tudo isso porque muitas das bandas não acabaram, continuaram, mas foram engolidas pelo desprezo da mídia porque a moda simplesmente passou. Qual é a moda mais próxima do rock nacional hoje? É o Emocore. Um dia essa moda vai passar? Claro que sim. Inclusive acredito que ela já está chegando ao seu extremo. Essas bandas de Emocore existiam antes da moda? Sim, elas inclusive entupiam o banco de dados do site Trama Virtual. Depois que passar a moda elas vão morrer? Não, irão continuar, mas sem a mínima atenção da mídia; da mesma forma que aconteceu com várias bandas símbolos da década de 80.

Não considero o atual rock nacional ruim. Existem centenas de bandas boas por esse país afora mostrando seus trabalhos de forma independente e são tão boas quanto as bandas dos anos 80. O rock nacional possui uma identidade e esta nunca foi perdida e considero uma tamanha ignorância dizer que o rock atual produzido no país não presta e que bom mesmo é da década de 80. Dizem isso porque a mídia contribuiu e fez dele uma moda inesquecível. Se Pitty e Cpm 22 tivessem participado do auge dos anos 80, elas não seriam apedrejados. Não falo isso em defesa desta ou daquela banda, mas sim em defesa do Rock Nacional.

Um abraço e até a próxima.

domingo, 6 de abril de 2008

MEMÓRIA 80/90 - Nº 07

Olá leitor(a) deste singelo blog. Para quem estava ansioso, trago hoje mais uma edição do Memória 80/90. Convido você a fazer mais uma viagem pela nossa infância que hoje se resume em saudade. Veja o vídeo abaixo:



Lembrou? Se não, eu ajudo a lembrar. Carrossel foi uma telenovela mexicana transmitida no Brasil pelo SBT no início dos anos 90. Ela foi transmitida quatro vezes. A novela tornou-se uma febre em todo o país abordando sobre diversos assuntos em seu enredo como religião, racismo, valores humanos, violência e drogas. Os personagens cairam no gosto dos brasileiros e cada um deles possuia uma característica que encantava os telespectadores.

Desses personagens podemos citar vários. Entre eles Cirilo, o menino negro e pobre que era apaixonado pela rica e egoísta Maria Joaquina que desprezava seus colegas (paixão cega mesmo); Laura, a gordinha romântica; Jaime Palilo, o garoto de bom coração mas que era péssimo nas notas da escola; Paulo Guerra, o menino problemático que aprontava todas; Valéria, a garotinha meiga e amável que se esforçava ao máximo para ajudar os pais; entre outras crianças.

As crianças estudavam a segunda série e tinham oito anos de idade. A doce Professora Helena comandava essa turminha e com eles passou por momentos de alegria e de tristeza. Era a professora dos sonhos de muitos alunos. Na trama haviam ainda outros personagens como a autoritária Diretora Oliva e o porteiro Firmino, este grande amigo dos alunos.

A novela fez um sucesso enorme no Brasil. Tanto que os personagens eram convidados para serem garotos-propaganda aqui. A atriz Gabriela Rivero que interpretou a Professora Helena chegou a descer a rampa do Congresso Nacional com o Presidente da República (Fernando Collor na época).

Alguns anos depois, a novela ganhou uma continuação chamada "Carrossel das Américas" que não era bem uma continuação, mas sim um remake; ou seja, a mesma trama e os mesmos fatos. Em 2002 foi feita uma outra versão chamada "Viva às Crianças! - Carrossel 2". Porém, nenhuma dessas versões marcou tanto quanto a original de 1989. Há comentários de que o SBT irá produzir um remake da novela mas não é nada certo.

E se você assistiu e tem curiosidade em saber como estão os atores hoje, o vídeo abaixo mata um pouco dessa curiosidade. Veja:



Espero que a postagem de hoje tenha despertado um pouco da sua infância. Esse é o prazer que tenho toda vez que publico uma edição do Memória 80/90.

Tenha uma ótima semana e até a próxima.