quinta-feira, 30 de outubro de 2014

POEIRA PUBLICITÁRIA Nº 15



Sim! Depois de exatos 4 anos e 9 meses a série com a memória da publicidade brasileira volta a este modesto blog.

E para essa volta, tinha que ser com a categoria que eu mais gosto: comerciais de carros antigos. Hoje, falando de modelos que permanecem há décadas no mercado. Então, vamos sacudir a poeira!

Lançamento do Fiat Uno




Em 1984, a montadora Fiat - ainda sob a desconfiança do brasileiro - lança o Uno. Um dos carros populares de maior sucesso no país. O vídeo acima faz parte da campanha de lançamento do carro, que destacava a tecnologia empregada no modelo na época. O sucesso foi tanto que ele só saiu de linha agora em 2014, ou seja, 30 anos depois.

Agora, não confunda com o Novo Uno. Esse carro mais moderno que está no mercado hoje. O Uno aqui ilustrado é o quadradinho, caixinha de fósforo (apelido carinhosamente dado pelos condutores), chamado também de Uno Mille a partir de 1990. Diferente de outros modelos, ele foi fiel à sua configuração durante esses 30 anos. Mudando pouca coisa como detalhes no painel e lanternas. Mas o design continuou o mesmo.

Em 2014, com a obrigatoriedade de itens de série como air bags duplos e dos freios ABS, a Fiat optou por não configurar o Uno para atender ao novo padrão. Mesmo motivo que aposentou a Kombi, outro exemplo de veículo fiel à sua configuração original.

Com isso, o Uno que, em muitos casos, foi o primeiro carro de muita gente, deixou de ser fabricado para entrar na história do automóvel brasileiro.

O uno teve suas variações como o Prêmio (Sedan), Elba (Perua) e Fiorino (Furgão/Pickup).

Lançamento do Volkswagen Gol




Outro carro que até hoje é destaque no Brasil, lançado em 1980, é o Gol. Ele é o maior sucesso da VW de todos os tempos.

O comercial acima, meio que previa a revolução que o automóvel faria no mercado brasileiro. O Gol hoje está na sua 5ª geração, sendo que a primeira (Gol quadrado) de 1980 a 1994 sofreu três variações nas lanternas, painel e motor.

Até hoje é o carro mais vendido do Brasil, ultrapassando a marca de 5 milhões de unidades. Ele foi também o primeiro carro a adotar a tecnologia de abastecimento Flex com álcool e gasolina, comum hoje em dia.

O Gol teve as seguintes variações: Voyage (Sedan), Parati (Perua) e Saveiro (pick-up).

Até a próxima.

sábado, 11 de outubro de 2014

MÚSICA INFANTIL PARA ADULTOS



Hoje, sábado, véspera do dia das crianças, fui a uma loja de roupas no shopping. Passei algo em torno de 30 minutos escolhendo e experimentando algumas calças.

No som ambiente da loja, estava tocando uma sequência de músicas infantis. O repertório era composto desde Balão Mágico, Trem da Alegria, Xuxa, Mara Maravilha até TV Colosso. Alguns pontos curiosos eu notei, enquanto isso:

1) A música mais nova tinha mais de 20 anos e, a mais velha, mais de 30 anos.
2) Não haviam crianças no interior da loja, que não era pequena, já que a mesma ocupa dois pisos do shopping.
3) Mesmo que tivesse crianças, não iria adiantar. Quem mesmo estavam curtindo as musicas eram os adultos. Trintões como eu.

Diferente do Rock, que é o estilo que curto, todos sabemos que ele é atemporal. Ou seja, independente se for dos anos 50, 60, 80, 2000; ele sempre será atual. Nunca envelhece.

Mas quando ouvimos músicas infantis da época em que éramos crianças, na hora vem a sensação de que estamos ouvindo coisa velha. E pior: que estamos velhos.

Nos anos 80, a criançada tinha conteúdo musical próprio. Nas rádios FMs e nos programas de TV, o público infantil tinha o seu espaço. Ou seja, nenhuma criança ficava desamparada. Não falando somente de música, mas também de programas infantis. Hoje, até a TV Globinho fizeram o desfavor de exterminarem.

Haviam vários conjuntos mirins e adultos cantando para crianças, cujos conteúdos não se resumiam em apenas uma mídia.

Hoje a criança consome o mesmo conteúdo musical dos adultos. Claro, que se este adulto quiser, ele não vai permitir. Porém nos veículos de massa como rádio e TV, a criança de algum jeito está sendo impactada. E a música da Galinha Pintadinha ou do Patati Patatá não vai tocar na rádio FM da sua cidade. Nunca!

Voltando ao cenário da loja, era visível o entusiasmo dos adultos (clientes e funcionários) ao ouvirem aquelas músicas. Eram músicas de quando eles eram crianças. Todos que estavam ali, sem exceção, consumiram aquele conteúdo musical anos atrás.

Ou seja, se a intenção era atingir alguma criança que entrasse na loja; tenho certeza de que não surtiria efeito. Contudo, atingiu diretamente a criança interior em cada pessoa (com mais de 30 anos) que estava ali.

Encerro este texto com uma das músicas que tocou e que eu gostava muito. Feliz Dia da Criança Interior que vai nos acompanhar até o fim das nossas vidas.

quarta-feira, 8 de outubro de 2014

LEMBRANÇA DAS CANELAS BRANCAS



24 anos separam essas duas imagens. A primeira foi postada há alguns meses em uma página de fotos antigas de Manaus, no Facebook, e que foi extraída deste blog. Devo confessar que ao ver essa imagem, fiquei emocionado. Isso porque ela registra o local, pouco menos de 1km da casa onde passei a minha infância, cresci e onde vive hoje a minha família.

Observando a foto, passou um filme pela cabeça. Lembro de tempos difíceis, onde tudo era conseguido com muita dificuldade. Trago comigo marcas dessa época. Quando eu tinha que andar muito, no meio da poeira, para pegar a única linha de ônibus que passava próximo (hoje existem várias sem precisar andar tanto). Poucos carros se arriscavam a passar nesse trecho, principalmente nos períodos de chuva. Os que arriscavam, ficavam atolados no caminho.

Mas ao mesmo tempo, lembro com saudosismo como soube aproveitar a infância. Meus pais, mesmo com as dificuldades daquela época, não me privaram de ter uma infância como qualquer outra criança.

Já joguei muita bola nessa estrada de chão. Quantas vezes precisei voltar a tomar banho porque levava bronca por causa das canelas brancas. Sabe o barro quando seca porque não foi esfregado direito? É isso.

Vi quando essas máquinas chegaram e trabalharam por quase um ano na pavimentação da pista. Ficava impressionado com tudo e simulava o funcionamento delas em minhas brincadeiras, no quintal.

Vi a mata que existia rente a estrada dando lugar a fábricas, postos de gasolina, conjuntos residenciais. Vi este lugar ser tão longe do centro da cidade. Hoje nem é tanto...

Tem muita coisa hoje que ainda está preservada. Algumas poucas casas ainda são iguaizinhas. A maioria deu lugar a novas construções, estabelecimentos comerciais. Mas a memória daquele ambiente rústico, porém calmo e tranquilo ainda está viva na memória dos primeiros moradores. Alguns ainda estão lá, entre eles, meus pais.

É  a memória que nunca é apagada e fortalecida quando se vê em imagens como essas. Serve também como reflexão. Valorizo essa origem, o esforço dos meus pais, a dedicação que eles sempre tiveram comigo.

Foram tempos difíceis, de vida simples. Mas dou valor a cada centavo suado que foi investido em mim, o que me dá mais força ainda pra continuar em minha caminhada.

Não vou dizer que sinto falta dessa época. Mas preservo a lembrança e dou a devida importância.