segunda-feira, 29 de março de 2010

MEMÓRIA 80/90 - Nº 18

Olá. Estava com saudades de postar o Memória 80/90, afinal, faziam seis meses que não publicava nada sobre este tema por aqui. Como venho falando bastante de música ultimamente, resolvi continuar o embalo também nas lembranças do passado. Esta semana, enquanto ouvia uma Web Rádio (ah, as Web Rádios) só com músicas populares dos anos 80, lembrei da minha mãe em nossa humilde casa. Enquanto ela fazia os serviços domésticos, uma fita K7 estava preparada em um aparelho de som com o botão "REC" pausado e no ponto para capturar um grande sucesso da época que poderia tocar a qualquer momento na FM. Quantas vezes não via minha jovem mãe correndo feito louca, por que a música que ela tanto aguardava estava tocando.

Em homenagem a ela e suas constantes correrias para gravar os sucessos em uma fita K7, posto aqui vídeos de músicas praticamete da mesma época que me fazem lembrar daqueles velhos tempos que não voltam mais e que hoje não ouvimos em lugar nenhum, a não ser nas Web Rádios segmentadas. Vamos a elas:



Kátia
"Qualquer Jeito"

/>
Markinhos Moura
"Meu Mel"

sexta-feira, 12 de março de 2010

É CD NOVO? "BORA" TOCAR.




Este mês de março foi marcado pelas apresentações dos Guns N’ Roses no Brasil. A banda não se apresentava por estas bandas desde 2001, no show do Rock in Rio 3. Li alguns comentários na internet sobre a passagem da banda no país e percebi alguns detalhes que me fizeram refletir.

Outro dia, o meu camarada André de Canini postou em seu blog que o Rock hoje é coisa de velho e outros estilos como o sertanejo universitário, por exemplo, se tornaram as músicas dos jovens. Jovem não vai mais atrás de novidades do Rock. Ele quer saber de bailão sertanejo e a molecada em vez de ir pra garagem com uma guitarra e um amplificador nas mãos, está indo com um violão e um chapéu de cowboy. O nobre blogueiro foi bastante feliz em sua colocação.

E quer saber? Eu também acho isso. Tudo porque hoje estamos condicionados a rejeitar o que é novo e admirar o que é antigo. Partindo para um outro rumo, mas usando o mesmo ponto de partida, que é a afirmação do Canini, digo que nossa geração tem uma parcela de culpa nisso também.

Digo isso por quê? Voltaremos ao Guns. Tudo bem que a natureza nos impede de sermos os mesmos de 20 anos atrás. Nosso corpo, nossa capacidade física e mental, nossa voz, tudo muda. Acontece que nos acostumamos a ver aquele Axl magrinho e veloz correndo de lá e pra cá levando a galera ao delírio. Isso em 1992. Meus amigos, já faz quase 20 anos que presenciamos aquela performance registrada naquele DVD “Use Your Illusion”, gravado em Tokio. Querer que Axl tenha a mesma performance hoje é o mesmo que pedir para que o Falcão seja escalado na seleção brasileira de futebol, como titular.

O Axl faz o que pode e eu admiro e muito. Admiro por manter aceso um nome que vem caminhando agora para a terceira década. Não deixar a chama apagar é o que eu admiro em diversas bandas que até hoje mantém suas atividades. Li em alguns artigos que o que se vê na atual apresentação da banda é um cover do Guns, muito do mal feito por Axl e seus amiguinhos. Sinceramente não levei a sério nenhum dos artigos que li sobre a passagem da banda pelo Brasil. Eu não vi como um indivíduo que estava fazendo um cover de seu próprio trabalho. Pelo contrário, vi alguém mantendo acesa toda a história de uma banda para antigas e atuais gerações.

Lembro-me como se fosse ontem, eu acordado até às 3h da manhã, assistindo à apresentação deles ao vivo no Rock in Rio 3 pela TV. Nova formação, Axl apresentando as novas músicas de um álbum que só iria ser lançado sete anos depois. Meu irmão, na época com 8 anos, via tudo aquilo como uma grande novidade. Passou mais de um mês com óculos escuros na cara imitando a entrada triunfal da banda ao som de “Welcome The Jungle”, arrancando risos da família. Por termos gravado o show em VHS, meu irmão pegou praticamente todos os cacoetes do Axl. Vi, naquilo tudo, uma nova geração apreciando um trabalho criado em outros tempos.

Percebi também, em comentários de pessoas que foram aos shows recentes, reclamações de que a banda tocou muita coisa do disco novo e muito pouco dos antigos sucessos. Incrível! Quando tocam somente sucessos antigos, dizem que a banda faz cover de si mesma e é incapaz de produzir algo novo porque vive de glórias do passado. Agora mais essa. Tudo bem que o “Chinese Democracy” não pode ser considerado um grande disco, mas nele tem boas músicas. Sem contar que boa parte das faixas desse disco não era mais novidade. Algumas delas foram tocadas na última apresentação da banda em 2001, tais como “Chinese Democracy”, “Madagascar”, “Street of Dreams” - que na ocasião foi apresentada como “The Blues” e que é uma belíssima canção, diga-se de passagem.

Sem contar as músicas que vazaram nos anos seguintes. Antes do lançamento oficial, mais da metade do disco já era de conhecimento do público e com algumas faixas tocando em rádios segmentadas, como “Better” que também é uma das excelentes músicas deste recente disco.



Ou seja, reclamam por qualquer motivo. Além do mais, como diz o título desta postagem, se estão com CD novo tem é que tocar mesmo, divulgar, mostrar as músicas. As músicas antigas podemos considerar como a cereja do bolo. Isso me lembra um fato curioso, no show da banda Scorpions em Manaus, em 2007. Não assisti ao show, pois já morava no Paraná. Porém, tive acesso ao áudio e o tenho aqui em meus arquivos. O show fez parte da turnê do álbum “Humanity – Hour 1”, álbum muito bom por sinal. Boa parte das músicas tocadas no show foram deste álbum, mas não se ouvia uma manifestação sequer do público presente. Exceto quando tocaram “Still Loving You”, “Wind of Change” e “Send me an Angel”, esta porque lembrava a versão tosca feita pelo Grupo Calcinha Preta, que sempre fez muito sucesso nas FMs da cidade. Ah, a galera também se manifestava quando Klaus Meine dizia um “Hello, Manaus!!!”.

Resumindo: ali e nos atuais shows do Guns, está um público atrás apenas de uma lembrança do passado, que não busca por coisas novas daquele artista e quando se depara com a realidade se decepciona e mete a boca. Admiro as bandas que nunca pararam, que continuam gravando, continuando sua história. Outro exemplo: a banda Alice in Chains. Depois da morte do vocalista Layne Staley, a banda voltou a se reunir e gravaram um novo disco no ano passado com um novo vocalista. Um puta disco, por sinal. É a chama ainda acesa.

Enfim, perdoem-me os críticos de músicas do Uol, Terra, e blá-blá-blá que parece que combinaram de juntos afundar a turnê do Guns no Brasil. Mas, não conseguiram, pois todos os shows foram lotados e o do Rio de Janeiro, que foi cancelado devido ao temporal, irá acontecer. E se tem CD novo, este tem que ser o astro principal de uma turnê. Aos saudosos que me desculpem, mas a nova geração também precisa de Rock. O rock precisa dessa geração.

E aos rockeiros que fizeram a nossa infância e adolescência serem inesquecíveis, por favor, continuem seus trabalhos, mesmo estando velhos, carecas e barrigudos. O que vocês fizeram um dia precisa ter continuidade.

quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010

POEIRA PUBLICITÁRIA Nº 14

Olá a todos. Em uma das viagens de férias que fiz, vi algo que chamou a minha atenção enquanto o avião taxiava no aeroporto de Brasília; apesar de eu já ter percebido em outras ocasiões. Naquele aeroporto, somos capazes de, por algum instante, fazer uma breve viagem na história da aviação brasileira. Isso porque enquanto o avião faz o trajeto na pista, podemos ver sucatas de aviões de companhias já extintas, contudo bastante populares em suas épocas.

Tá certo que tem gente que não gosta das "velharias" nos pátios dos aeroportos e que também isso não é uma exclusividade do aeroporto de Brasília. Há sucatas espalhadas em aeroportos de todo o país. Mas, sem dúvida, as de Brasília são umas das mais visíveis. É inevitável não ter a atenção chamada ao vermos essas relíquias que, por mim, deveriam permanecer nos pátios. Pelo menos algumas unidades.

Foi com base nisso que esta edição do Poeira Publicitária relembra comerciais antigos das companhias que cortavam os céus do país há alguns anos.

Vamos aos primeiros:





Os dois comerciais acima foram veiculados nos anos de 1976 e 1977. Ambos destacavam a personalidade dos funcionários da empresa e como os mesmos encaravam o compromisso de atender bem aos passageiros. Mostrava que por trás de um profissional, haviam pessoas com comportamentos comuns. Importante notar também a trilha de ambos os VTs. O primeiro mostrando o lado bem brasileiro da bossa nova e o segundo com a presença do jingle que se tornou vivo na lembrança da marca. Essa foi a Vasp (Viação Aérea São Paulo), que encerrou suas atividades oficialmente em 2005 e, curiosamente, foi por meio de uma de suas aeronaves que tive a primeira experiência com avião, em dezembro de 1987. Não vou esconder que adorei.



Este comercial foi vencedor de prêmios publicitários. Destacou o povo brasileiro, seus traços culturais, relacionando a grandeza da empresa com a grandeza do Brasil. O que passou a ser um clichê nos comerciais de companhias aéreas. A Cruzeiro foi uma das pioneiras da aviação brasileira, mas sentiu dificuldades em competir com a Varig, Vasp e Transbrasil. Na década de 70, a Cruzeiro foi adquirida pela Varig, mas manteve a marca ativa até 1997.

E por falar em Transbrasil:

>
A Transbrasil pertenceu ao dono da Sadia e cresceu no mercado brasileiro principalmente nos anos 80, apesar de que na mesma década, a empresa entrou em crise em virtude de prejuízos com os planos econômicos da época. Foi praticamente do céu ao inferno no mesmo período. No início dos anos 90 passou a operar com voos internacionais. A empresa passou a anunciar seus voos com comerciais que enfatizavam o humor, saindo do clichê aeroportos, cultura brasileira e etc. O comercial acima foi um exemplo disso. Em 2001, a empresa chegou ao fim em meio à enorme crise, protestos de funcionários e, principalmente, com o falecimento do dono da companhia um ano antes.

Tem também os inesquecíveis comerciais da Varig que, mesmo com tantas intervenções judiciais, ainda existe com o nome de Flex e com a marca (forte) presente em linhas oferecidas pela Gol, que comprou a Varig em 2007.

Mas os comerciais da Varig merecem uma postagem exclusiva. Quem sabe em uma próxima edição do Poeira Publicitária.
Um abraço.

quarta-feira, 13 de janeiro de 2010

ISSO É TÃO, TÃO... 2012


O assunto dos noticiários no mundo todo refere-se à tragédia no Haiti. O planeta se mobilizando, nações enviando equipes de resgate, alimentos e doando dinheiro para a reconstrução do país. Destruição, alguns pontos isolados, caos total.

Seria até então um roteiro perfeito para mais uma produção cinematográfica de Hollywood. Mas é a mais pura e cruel vida real. Recentemente as telas de cinemas representaram o que pode ser a catástrofe prevista pelos Maias para 2012. Tá certo, é ficção, não significa que realmente vai acontecer. Mas, já paramos pra notar que o aconteceu no Haiti é praticamente quase a mesma coisa? O corre-corre e a agonia dos pobres mortais em meio à destruição é similar a de uma destruição em massa. É o cidadão estar em sua casa, na escola, no trabalho ou simplesmente andando na rua para de repente o chão abrir sob seus pés. O teto cair sobre sua cabeça. Isso falando em Haiti, mas não esquecendo Angra dos Reis. Aqui no Brasil. Um dia desses, lembra?

Esses acontecimentos isolados vêm provando, com o passar do tempo, o quanto nosso planeta é frágil. E se esta enorme bola em que vivemos está sujeita a esta fragilidade toda, imagine nós, reles mortais, habitantes dela. A nossa vida real está cada vez mais parecida com a ficção.