quarta-feira, 31 de dezembro de 2014

UM ANO (IN)ESQUECÍVEL



É madrugada. Na verdade, a última de 2014. Numa rádio web nacional, que escolhi aleatoriamente, toca um hit da minha banda preferida. E eu nem esperava por isso.

Para muitos, esse negócio de última-tal-coisa-do-ano é irrelevante. Afinal, a última ou a primeira data no calendário pode não ser algo tão fundamental assim no percurso natural da vida. Contudo, eu tenho essa paranoia. Até o último banho do ano, algo me faz enfatizar na mente enquanto estou debaixo do chuveiro: "Que f***, mêu! Estou tomando o último banho de 1992, 1999, 2003, 2014...". E olha que, com o calor que está fazendo, talvez eu tome vários banhos depois de escrever este texto e antes do ano acabar.


Com isso, achei o momento propício de escrever sobre o ano que passou. Mesmo considerando o ano novo, aquele a partir da data do meu aniversário. E isso já tem uns meses atrás. Inclusive quando voltei a escrever neste blog.

Mas, o calendário está dizendo que depois das 23:59 (hora local) do dia 31 de dezembro, já será 2015. Então que assim seja. Mas se lá na frente eu falar de 2014, ele será um ano que lembrarei com certas observações um tanto negativas. E eu não sou o único. Tem muita gente odiando esse ano velho.

Começando que ele passou voando, principalmente para quem tem uma vida corrida e ocupada. Passou tão rápido que em alguns momentos o ano de 2013 (o anterior), as coisas que foram feitas nele, parecem estar mais vivas na memória do que as de 2014. Tudo bem, esse é um ponto de vista pessoal. Afinal, não é a toa que este blog denomina-se o "meu mundo". Inclusive está no topo da página.


Tive problemas de saúde que quase me tiraram a vida, mas o que mais me desgastou e fez de 2014 um fiasco foi referente ao aspecto profissional.

Há alguns anos atrás, escrevi neste blog, sem qualquer tipo de embasamento científico, somente com o meu achômetro mensurável, que o ser humano amadurece a cada 5 anos. Este período equivale a uma etapa da vida onde você faz tudo - ou boa parte - diferente do que foram feitos nos 5 anos anteriores. Na ocasião em que escrevi, lembro que acabara de entrar em um desses períodos. Quem falava ali era um jovem de 26 anos que estava fascinado por fazer parte do mercado de trabalho que optou para a vida. Estava concluindo uma formação acadêmica e mergulhando de cabeça no ofício.

Um quinquênio se foi e outro começou em 2013. É inevitável perceber que quanto mais um desses ciclos se completa, mais eu tenho certeza da minha teoria. E é natural. Não consigo mais pensar da mesma forma que antes. E nesse estágio da vida, foi o quesito trabalho que foi mais afetado emocionalmente.

Cá estou novamente querendo mergulhar de cabeça no trabalho. Dessa vez, de forma mais intensa, com riscos muito, mas muito maiores do que antes. Disposto a levar cacetadas e sofrer quantas quedas forem necessárias para aprender a andar com as próprias pernas.

É aí que entra o lado positivo de 2014. As primeiras surras eu já comecei a tomar e são elas que me motivaram a rever vários aspectos da vida, como principalmente não tentar corrigir algo que está errado. Mas, sim, desfazer-se dele. O que é uma folha toda riscada e rasurada, de um rascunho que precisa ser refeito, perto de uma folha em branco esperando para que algo seja criado do zero, totalmente diferente?

E o melhor: não é promessa de ano novo. Pois, como disse, meu ano novo começou lá no mês de setembro. A vontade de fazer com que este novo ciclo de 5 anos seja diferente não é tão forte quanto o o processo natural que ele ocorre. A cabeça mudou, o propósito é outro. Sair vencedor será consequência dos meus atos.

Em 2014 eu aprendi - ainda que poucas - coisas novas. Descobri algumas qualidades que antes desconhecia. Contudo, principalmente, aprendi a ser mais responsável pelos meus atos, o que será fundamental daqui pra frente. Se será eficiente, talvez a resposta só terei no próximo quinquênio. Daqui pra frente, ser cada vez mais independente priorizando minhas virtudes, ambições, assim como, as pessoas em minha volta que me amam e que também amo.

No fim das contas, entre tantos lados negativos deste ano que se encerra, serão a partir deles que desenvolvo o aspecto positivo pensando lá na frente. E pode até ser que no próximo ciclo eu veja que o ano de 2014 ao contrário de ter sido ruim, foi, como dizem por aí: f*** pra car****!!!

Na verdade, isso não é auto-ajuda e nem quero que isso ajude alguém. Na verdade, isso é mesmo um desabafo.

Bons ventos em 2015.

sexta-feira, 21 de novembro de 2014

OS 3 TIPOS DE FÃS DA OBRA GESSINGERIANA



Escrevo este texto sob a empolgação do lançamento do novo CD/DVD ao vivo do Humberto Gessinger, o eterno líder dos Engenheiros do Hawaii, agora em carreira solo. O novo trabalho é fruto da turnê do disco InSULar lançado em 2013.


É um disco, ao meu ver, focado para fãs que são os chamados  "De Fé", pela ausência de grandes hits e pela presença de músicas lado B. Se é que esse termo existe para os fãs dessa categoria. Mas, afinal, o que seria esse fã "De Fé"? É justamente sobre isso que este post se trata.

Então, roda a vinhet... Ops, esqueci que isso não é um videolog.


Tive a oportunidade de ir a um show da nova turnê, logo quando ela começou. Foi lá que eu identifiquei três tipos de fãs da obra gessingeriana. São eles: Fãs de FM, Fãs Acústico MTV e, é claro, os Fãs De Fé.

Fãs de FM:
Esta categoria poderia ser dividida em duas outras subcategorias que são os que dizem que curtem, mas não pagariam um ingresso para ir a um show; e aqueles que se empolgam e, quando podem, comparecem. Se eu fizesse essa subdivisão, acredito que cometeria o erro de chamá-los de fã. Porque, muitos deles, acham que "Astronauta de Mármore" - clássico do Nenhum de Nós - é dos Engenheiros.

Mas, enfim, esse tipo de "fã" é motivado pela Rádio FM. Geralmente ele já chegou na casa dos 30 anos de idade e acompanhou os hits dos primeiros discos. Pelo menos até o "Várias Variáveis" de 1991. Mas é no "O Papa é Pop" (de 1 ano antes) que ele identifica de fato o que são (ou foram) os Engenheiros do Hawaii.

Esse "fã" costuma dizer que gosta, mas lamenta pelo fato da banda estar sumida e não ter mais nenhum sucesso. Talvez ele lembre vagamente de "Eu Que Não Amo Você" do álbum "Tchau Radar!" de 1999, provavelmente porque o clipe passava constantemente na MTV. E se ele for um pouco mais espertinho, ele até se lembre de "Até o Fim" do álbum "Dançando no Campo Minado" que timidamente tocou nas FMs em 2003. Mas aí seria dar crédito demais.

Levando em consideração que a audiência das FMs têm diminuído, provavelmente o último single radiofônico ("Tudo Está Parado") passou despercebido.

No fim das contas, no show, ele fica com cara de bocó na maioria das músicas e vibra, pula e canta (pelo menos o refrão) com "Toda Forma de Poder", "Somos Quem Podemos Ser", "Pra Ser Sincero" e "Era um Garoto...". Às vezes sem saber o nome dessas músicas. Ele ainda cutuca o amigo do lado e diz "essa é boa".

Enfim, são o baixo escalão dos fãs dos Engenheiros.

Fãs Acústico MTV: Esse grupo é formado por uma galerinha mais nova, sendo que a maioria foi adolescente entre 2004 e 2006. Nesse grupo, também encontramos alguns migrantes do grupo anterior. Tudo graças à MTV que permitiu que uma nova geração conhecesse os Engenheiros, trazendo de volta a banda que estava sumida (hã???) num repertório acústico dos grandes sucessos. Isso é legal, se não fosse um porém: eles só conhecem as músicas deste álbum. De mais nenhum. E, se duvidar, nunca ouviram as versões originais de "O Preço", "Vida Real", "Pose" e "Dom Quixote" que, particularmente, esta é a maior obra-prima gessingeriana.

Voltando ao show, é fácil identificá-los. Eles vibram com as músicas citadas acima e choram de emoção com "3x4" (tudo bem, a música é bonita mesmo). Porém, eles também ficam boiando e com cara de bocós quando alguns clássicos são tocados como "Ando Só" e "Exército de um Homem Só". Po**a!!! Com essas até a turminha das FMs vibra.

Mas, de certa forma, dá pra tolerá-los em comparação à primeira categoria citada. Afinal, apesar do conhecimento limitado, eles admiram a obra. E alguns vão atrás de informação e acabam se tornando um "De Fé".

Fãs De Fé: Ah, esses sim. São os verdadeiros fãs da obra. "De Fé" faz referência a uma música homônima do álbum  "Humberto Gessinger Trio" de 1996 que, por si só, já é um prato cheio para identificar um fã de verdade; uma vez que é o disco mais alternativo da banda.

Os "De Fé" conhecem todas as músicas, todas as versões, identificam álbuns e anos de lançamento num estalar de dedos. Sabem o nome de todos os 17 integrantes (isso mesmo) que já tocaram, inclusive o período em que eles ficaram na banda.

São esses fãs que permitem que Humberto Gessinger mantenha o seu blog ativo com postagens semanais (sempre que a segunda vira terça), que suas contas no Twitter, Facebook e Instagram tenham conteúdos diários com publicação e interação do próprio para com seus seguidores.

Foram graças a esses fãs que por quase dois anos, todo dia 11 de cada mês, o Gessinger fez mini-shows particulares via Twitcam e Hangout, diretamente de sua casa.

São os fãs De Fé que alimentam e propagam a obra gessingeriana, lotam shows e estão a par de qualquer novidade que apareça. E o alemão, é claro, se amarra! O cara tem um carinho enorme pelos fãs. A tal arrogância que tanto foi criada pela mídia (que ao meu ver nunca existiu) ficou no passado.

Os fãs "De Fé" também poderiam ser divididos em subcategorias como os xiitas que apesar de ouvirem tudo, só aceitam uma formação considerada clássica e aqueles que, não sei de onde, criam rivalidades com outras bandas gaúchas. Mas, isso gera muita confusão e briga. Deixa pra lá.

Para encerrar, recomendo a todos os tipos de fãs aqui citados e até os que não conhecem a obra gessingeriana, a ouvirem e pesquisarem sobre. O recente trabalho está belíssimo e vale a dica.

Apenas uma nota importante: não pensem que estar ou não na rádio ou TV é sinônimo de qualidade. Em muitos casos, a mídia vai atrás de quem gosta de aparecer ou cria polêmica. Humberto Gessinger é sossegado, caseiro e não se mete em encrenca. Só faz boa música.

Abraço!

Fan Page: facebook.com/humbertogessingeroficial
Twitter: twitter.com/1bertogessinger
Instagram: instagram.com/1gessinger
Blog: blogessinger.blogspot.com.br/





quinta-feira, 30 de outubro de 2014

POEIRA PUBLICITÁRIA Nº 15



Sim! Depois de exatos 4 anos e 9 meses a série com a memória da publicidade brasileira volta a este modesto blog.

E para essa volta, tinha que ser com a categoria que eu mais gosto: comerciais de carros antigos. Hoje, falando de modelos que permanecem há décadas no mercado. Então, vamos sacudir a poeira!

Lançamento do Fiat Uno




Em 1984, a montadora Fiat - ainda sob a desconfiança do brasileiro - lança o Uno. Um dos carros populares de maior sucesso no país. O vídeo acima faz parte da campanha de lançamento do carro, que destacava a tecnologia empregada no modelo na época. O sucesso foi tanto que ele só saiu de linha agora em 2014, ou seja, 30 anos depois.

Agora, não confunda com o Novo Uno. Esse carro mais moderno que está no mercado hoje. O Uno aqui ilustrado é o quadradinho, caixinha de fósforo (apelido carinhosamente dado pelos condutores), chamado também de Uno Mille a partir de 1990. Diferente de outros modelos, ele foi fiel à sua configuração durante esses 30 anos. Mudando pouca coisa como detalhes no painel e lanternas. Mas o design continuou o mesmo.

Em 2014, com a obrigatoriedade de itens de série como air bags duplos e dos freios ABS, a Fiat optou por não configurar o Uno para atender ao novo padrão. Mesmo motivo que aposentou a Kombi, outro exemplo de veículo fiel à sua configuração original.

Com isso, o Uno que, em muitos casos, foi o primeiro carro de muita gente, deixou de ser fabricado para entrar na história do automóvel brasileiro.

O uno teve suas variações como o Prêmio (Sedan), Elba (Perua) e Fiorino (Furgão/Pickup).

Lançamento do Volkswagen Gol




Outro carro que até hoje é destaque no Brasil, lançado em 1980, é o Gol. Ele é o maior sucesso da VW de todos os tempos.

O comercial acima, meio que previa a revolução que o automóvel faria no mercado brasileiro. O Gol hoje está na sua 5ª geração, sendo que a primeira (Gol quadrado) de 1980 a 1994 sofreu três variações nas lanternas, painel e motor.

Até hoje é o carro mais vendido do Brasil, ultrapassando a marca de 5 milhões de unidades. Ele foi também o primeiro carro a adotar a tecnologia de abastecimento Flex com álcool e gasolina, comum hoje em dia.

O Gol teve as seguintes variações: Voyage (Sedan), Parati (Perua) e Saveiro (pick-up).

Até a próxima.

sábado, 11 de outubro de 2014

MÚSICA INFANTIL PARA ADULTOS



Hoje, sábado, véspera do dia das crianças, fui a uma loja de roupas no shopping. Passei algo em torno de 30 minutos escolhendo e experimentando algumas calças.

No som ambiente da loja, estava tocando uma sequência de músicas infantis. O repertório era composto desde Balão Mágico, Trem da Alegria, Xuxa, Mara Maravilha até TV Colosso. Alguns pontos curiosos eu notei, enquanto isso:

1) A música mais nova tinha mais de 20 anos e, a mais velha, mais de 30 anos.
2) Não haviam crianças no interior da loja, que não era pequena, já que a mesma ocupa dois pisos do shopping.
3) Mesmo que tivesse crianças, não iria adiantar. Quem mesmo estavam curtindo as musicas eram os adultos. Trintões como eu.

Diferente do Rock, que é o estilo que curto, todos sabemos que ele é atemporal. Ou seja, independente se for dos anos 50, 60, 80, 2000; ele sempre será atual. Nunca envelhece.

Mas quando ouvimos músicas infantis da época em que éramos crianças, na hora vem a sensação de que estamos ouvindo coisa velha. E pior: que estamos velhos.

Nos anos 80, a criançada tinha conteúdo musical próprio. Nas rádios FMs e nos programas de TV, o público infantil tinha o seu espaço. Ou seja, nenhuma criança ficava desamparada. Não falando somente de música, mas também de programas infantis. Hoje, até a TV Globinho fizeram o desfavor de exterminarem.

Haviam vários conjuntos mirins e adultos cantando para crianças, cujos conteúdos não se resumiam em apenas uma mídia.

Hoje a criança consome o mesmo conteúdo musical dos adultos. Claro, que se este adulto quiser, ele não vai permitir. Porém nos veículos de massa como rádio e TV, a criança de algum jeito está sendo impactada. E a música da Galinha Pintadinha ou do Patati Patatá não vai tocar na rádio FM da sua cidade. Nunca!

Voltando ao cenário da loja, era visível o entusiasmo dos adultos (clientes e funcionários) ao ouvirem aquelas músicas. Eram músicas de quando eles eram crianças. Todos que estavam ali, sem exceção, consumiram aquele conteúdo musical anos atrás.

Ou seja, se a intenção era atingir alguma criança que entrasse na loja; tenho certeza de que não surtiria efeito. Contudo, atingiu diretamente a criança interior em cada pessoa (com mais de 30 anos) que estava ali.

Encerro este texto com uma das músicas que tocou e que eu gostava muito. Feliz Dia da Criança Interior que vai nos acompanhar até o fim das nossas vidas.

quarta-feira, 8 de outubro de 2014

LEMBRANÇA DAS CANELAS BRANCAS



24 anos separam essas duas imagens. A primeira foi postada há alguns meses em uma página de fotos antigas de Manaus, no Facebook, e que foi extraída deste blog. Devo confessar que ao ver essa imagem, fiquei emocionado. Isso porque ela registra o local, pouco menos de 1km da casa onde passei a minha infância, cresci e onde vive hoje a minha família.

Observando a foto, passou um filme pela cabeça. Lembro de tempos difíceis, onde tudo era conseguido com muita dificuldade. Trago comigo marcas dessa época. Quando eu tinha que andar muito, no meio da poeira, para pegar a única linha de ônibus que passava próximo (hoje existem várias sem precisar andar tanto). Poucos carros se arriscavam a passar nesse trecho, principalmente nos períodos de chuva. Os que arriscavam, ficavam atolados no caminho.

Mas ao mesmo tempo, lembro com saudosismo como soube aproveitar a infância. Meus pais, mesmo com as dificuldades daquela época, não me privaram de ter uma infância como qualquer outra criança.

Já joguei muita bola nessa estrada de chão. Quantas vezes precisei voltar a tomar banho porque levava bronca por causa das canelas brancas. Sabe o barro quando seca porque não foi esfregado direito? É isso.

Vi quando essas máquinas chegaram e trabalharam por quase um ano na pavimentação da pista. Ficava impressionado com tudo e simulava o funcionamento delas em minhas brincadeiras, no quintal.

Vi a mata que existia rente a estrada dando lugar a fábricas, postos de gasolina, conjuntos residenciais. Vi este lugar ser tão longe do centro da cidade. Hoje nem é tanto...

Tem muita coisa hoje que ainda está preservada. Algumas poucas casas ainda são iguaizinhas. A maioria deu lugar a novas construções, estabelecimentos comerciais. Mas a memória daquele ambiente rústico, porém calmo e tranquilo ainda está viva na memória dos primeiros moradores. Alguns ainda estão lá, entre eles, meus pais.

É  a memória que nunca é apagada e fortalecida quando se vê em imagens como essas. Serve também como reflexão. Valorizo essa origem, o esforço dos meus pais, a dedicação que eles sempre tiveram comigo.

Foram tempos difíceis, de vida simples. Mas dou valor a cada centavo suado que foi investido em mim, o que me dá mais força ainda pra continuar em minha caminhada.

Não vou dizer que sinto falta dessa época. Mas preservo a lembrança e dou a devida importância.

sexta-feira, 26 de setembro de 2014

NASCER DE NOVO

Foram pouco mais de 4 anos.

Foi em 2010 que fiz a minha última postagem neste blog. Resolvi voltar. Sem compromisso, sem aquela pressão de ter conteúdo toda semana. Talvez tenha sido por isso que o blog ficou tanto tempo sem novos textos.

Alguns textos antigos resolvi manter, assim como as séries de postagens sobre publicidade e nostalgia que tanto agradava os leitores, como o anterior a este post.

Por falar em leitores, muitos nem sei por onde andam. Alguns, tenho certeza de que voltarão por aqui. Vocês são pessoas legais.

Mas não é sobre a volta do blog que pretendo falar nesse texto. E o título também não tem nada a ver, apesar de ter combinado com os primeiros parágrafos.



Nas últimas semanas, uma das coisas que mais tenho ouvido de pessoas que conversam comigo é a frase "você nasceu de novo". Tornei público em meu perfil no Facebook, o apuro que passei no mês de agosto quando sofri uma grave crise de apendicite perfurada e necrosada que quase me tirou a vida. Apesar de ainda estar sob cuidados médicos e em fase de recuperação enquanto digito este texto, já estou bem melhor.

Mas durante todo o tempo internado, nunca tive noção do risco que estava correndo. A realidade passou longe do meu pensamento. Apesar das dores, estava tranquilo durante todo o tempo pré e pós-operatório. Afinal, no meu entendimento, seria algo simples e logo voltaria pra casa.

Saber depois que foi uma grande tensão para todos que estavam em minha volta - inclusive médicos - fez com que eu refletisse até o momento e sabe lá até quando mais. Penso no que aconteceria depois se eu partisse dessa pra uma melhor. A gente não pensa nessas coisas simplesmente por medo. E eu tenho medo. Mas, nunca estive tão perto dessa realidade.

O que seria das pessoas que eu amo? Namorada, família, amigos? Negócios, minha casa, meu cachorro, compromissos... Meus objetos pessoais e até mesmo, menos significante, minhas redes sociais?

É certo que eles continuariam sem mim, em se tratando das pessoas. Os objetos, nem imagino. Quando se pensa nessas coisas damos conta do quanto somos frágeis e, principalmente, que não somos eternos.

Ontem, 25 de setembro, fiz aniversário. Mas com aquela sensação de alívio misturada com vitória. Isso porque outra coisa que também me veio em mente não foram somente o que deixaria para trás, mas sim o que deixaria de fazer, dentre tantas coisas que almejo.

Se eu ganhei mais uma chance ou se nasci de novo - como muitos dizem - é porque essa é a hora de eu conseguir forças e energia necessárias para consegui-las. A sacudida, a vida deu e de forma radical. Afinal, como diz uma das canções que escrevi na minha adolescência, o horizonte está a me esperar.

Aqui também é um recomeço.