Foram pouco mais de 4 anos.
Foi em 2010 que fiz a minha última postagem neste blog. Resolvi voltar. Sem compromisso, sem aquela pressão de ter conteúdo toda semana. Talvez tenha sido por isso que o blog ficou tanto tempo sem novos textos.
Alguns textos antigos resolvi manter, assim como as séries de postagens sobre publicidade e nostalgia que tanto agradava os leitores, como o anterior a este post.
Por falar em leitores, muitos nem sei por onde andam. Alguns, tenho certeza de que voltarão por aqui. Vocês são pessoas legais.
Mas não é sobre a volta do blog que pretendo falar nesse texto. E o título também não tem nada a ver, apesar de ter combinado com os primeiros parágrafos.
Nas últimas semanas, uma das coisas que mais tenho ouvido de pessoas que conversam comigo é a frase "você nasceu de novo". Tornei público em meu perfil no Facebook, o apuro que passei no mês de agosto quando sofri uma grave crise de apendicite perfurada e necrosada que quase me tirou a vida. Apesar de ainda estar sob cuidados médicos e em fase de recuperação enquanto digito este texto, já estou bem melhor.
Mas durante todo o tempo internado, nunca tive noção do risco que estava correndo. A realidade passou longe do meu pensamento. Apesar das dores, estava tranquilo durante todo o tempo pré e pós-operatório. Afinal, no meu entendimento, seria algo simples e logo voltaria pra casa.
Saber depois que foi uma grande tensão para todos que estavam em minha volta - inclusive médicos - fez com que eu refletisse até o momento e sabe lá até quando mais. Penso no que aconteceria depois se eu partisse dessa pra uma melhor. A gente não pensa nessas coisas simplesmente por medo. E eu tenho medo. Mas, nunca estive tão perto dessa realidade.
O que seria das pessoas que eu amo? Namorada, família, amigos? Negócios, minha casa, meu cachorro, compromissos... Meus objetos pessoais e até mesmo, menos significante, minhas redes sociais?
É certo que eles continuariam sem mim, em se tratando das pessoas. Os objetos, nem imagino. Quando se pensa nessas coisas damos conta do quanto somos frágeis e, principalmente, que não somos eternos.
Ontem, 25 de setembro, fiz aniversário. Mas com aquela sensação de alívio misturada com vitória. Isso porque outra coisa que também me veio em mente não foram somente o que deixaria para trás, mas sim o que deixaria de fazer, dentre tantas coisas que almejo.
Se eu ganhei mais uma chance ou se nasci de novo - como muitos dizem - é porque essa é a hora de eu conseguir forças e energia necessárias para consegui-las. A sacudida, a vida deu e de forma radical. Afinal, como diz uma das canções que escrevi na minha adolescência, o horizonte está a me esperar.
Aqui também é um recomeço.