segunda-feira, 14 de abril de 2008

Simplesmente foi uma moda.

Olá visitante do meu mundo. Trago hoje um assunto que nasceu em uma comunidade do Orkut outro dia. O assunto abordado era o Rock Nacional dos anos 80. Conversa vai, conversa vem, cheguei a uma conclusão que resolvi abordar aqui. Vamos a ela então.



Quem viveu - e até quem não viveu – a década de 80, sabe muito bem que o rock nacional foi bastante presente na mídia. Com o embalo, surgiram muitas bandas de peso e que hoje são consideradas ícones do rock brasileiro. De cada cinco músicas que tocavam na rádio, três eram rock nacional. Esse estouro ganhou força maior com a primeira edição do Rock in Rio em 1985. O Brasil era palco de um dos maiores festivais de Rock do mundo e em virtude disso, muitas portas se abriram para as bandas nacionais.

A mídia alavancou as bandas que estavam no auge e possibilitou o surgimento de várias outras. Os artistas eram vistos como verdadeiros Rock Stars. Em um Globo Repórter, houve uma matéria exclusiva para mostrar o dia-a-dia do RPM. Fãs histéricas na porta do hotel, segurança reforçada, shows lotados... Mas por que tudo isso? O Rock Nacional daquela época realmente foi bom? Ele foi melhor do que é hoje?

Cheguei a conclusão de que o rock nacional da década de 80 não foi melhor do que hoje e as bandas atuais não são a “porcaria” que muitos dizem serem. O que o rock nacional teve na década de 80 foi uma maior atenção da mídia. A TV, as emissoras de rádio, entre outros meios, deram uma certa importância maior para o gênero. Você, que está lendo este texto, acha que a banda Dr. Silvana & Cia faria sucesso hoje com a música “Serão Extra”? Aquela que diz “Eu fui dá mamãe...”? Não cito somente eles, mas outras diversas bandas que apareceram aos montes naquela época e que hoje nós ainda gostamos bastante. Muitas daquelas bandas, se estivessem nascendo hoje, não passariam de bandas undergrounds buscando um lugar ao sol em sites alternativos como o Trama Virtual e o Palco MP3.



Um exemplo de que a atenção dada pela mídia naquela época foi maior do que a de hoje é o fato de muitas bandas ainda terem continuado seus trabalhos e que para muitas pessoas elas acabaram. Foi o som delas que ficou ruim ou fraco? Não, pelo contrário, continuam a fazer belas canções e ter a mesma enregia. Posso citar diversas bandas como Nenhum de Nós, Uns e Outros, Plebe Rude, Capital Inicial entre outras tantas que sempre se mantiveram na estrada, mas que a mídia não deu nenhuma importância. Esta última voltou para a mídia dez anos depois graças a um Acústico Mtv.

Seria então o Rock Nacional a “modinha” dos anos 80? Hoje o termo “modinha” é bastante utilizado para destacar algo que está em evidência em grande escala. Ou seja, é uma tendência. Só se ouve falar, só se ver na TV, na revista, em todos os lugares. Enfim, moda mesmo. Por mais que eu considere o uso do termo “modinha”, uma modinha também (sem ser redundante) chego a conclusão de que o rock nacional dos anos 80 só fez sucesso e só é lembrado porque ele foi a moda daquele ocasião. Tudo isso porque muitas das bandas não acabaram, continuaram, mas foram engolidas pelo desprezo da mídia porque a moda simplesmente passou. Qual é a moda mais próxima do rock nacional hoje? É o Emocore. Um dia essa moda vai passar? Claro que sim. Inclusive acredito que ela já está chegando ao seu extremo. Essas bandas de Emocore existiam antes da moda? Sim, elas inclusive entupiam o banco de dados do site Trama Virtual. Depois que passar a moda elas vão morrer? Não, irão continuar, mas sem a mínima atenção da mídia; da mesma forma que aconteceu com várias bandas símbolos da década de 80.

Não considero o atual rock nacional ruim. Existem centenas de bandas boas por esse país afora mostrando seus trabalhos de forma independente e são tão boas quanto as bandas dos anos 80. O rock nacional possui uma identidade e esta nunca foi perdida e considero uma tamanha ignorância dizer que o rock atual produzido no país não presta e que bom mesmo é da década de 80. Dizem isso porque a mídia contribuiu e fez dele uma moda inesquecível. Se Pitty e Cpm 22 tivessem participado do auge dos anos 80, elas não seriam apedrejados. Não falo isso em defesa desta ou daquela banda, mas sim em defesa do Rock Nacional.

Um abraço e até a próxima.

2 comentários:

Paulinh@=) disse...

Alex, caro amigo...

Grande postagem a respeito do Rock Nacional... anos 80 e atual... paralelo interessante de ser observado...

Absolutamente pontual no que diz respeito ao espaço na mídia aberto anteriormente ao Rock e que hj está fechado... mas... algumas coisas não mudam... qualidade musical dessas bandas extintas na prática ou apenas supostamente... mas vc bem lembrou q surgiram do underground, estouraram, foram caindo e voltaram ao underground...

Felizmente algumas ainda se conservam qualitativas, atuais e produtivas, como eh o caso de nossos queridos Engenheiros, q apesar da falta de espaço na mídia não deixam de produzir e renovar sempre... GRAÇAS A DEUS... pq apesar de "O Papa (não ser mais)Pop", Humberto ainda tem muito o que dizer... hehehe

Um grande abraço... gostei da postagem..

P.S.: Qdo vi seu comentário a respeito de Dr. Silvana com seu "Eu fui dá mamãe...", não sei pq, mas me senti como num baile funk carioca ouvindo "Créu"... qualquer semelhança quanto ao conteúdo é mera coincidência, visto a linguagem poética utilizada anteriormente!!! kkk

Bjo

Tiago Oliveira disse...

De pleno acordo!
As bandas de rock nacional "das antigas" são muito boas mesmo, e o fato de novas bandas surgirem (E serem apreciadas) não há de derruba-las.
O que a gente tem que entender é que as bandas atuais são como um "acréscimo" e não uma "substituição".

Quanto maior variedade de sons houver, melhor!

Modinhas vão e vem, mas para cada moda há um sobrevivente que perpetuará sua sonoridade. Fiz sentido? Não sei, rs.

Abraço meu amigo Alex, e continue com esses grandes textos!