domingo, 6 de julho de 2008
CD IN MEMORIAN
Segundo dados da ABPD (Associação Brasileira de Produtores de Disco), a venda de cd entre 2006 e 2007 caiu 32%. Hoje aqueles que compram CDs nas lojas são tão saudosistas quanto os apreciadores do vinil (ah, o bolachão). Depois que a internet passou a ser um fácil e eficiente meio de trocas de músicas, o consumidor percebeu que não vale mais a pena tirar do bolso R$25,00 (isso um valor médio) para adquirir o CD de um artista de sucesso. Posso tirar desse grupo os fãs colecionadores que fazem questão de ter a discografia do seu artista preferido com os encartes bonitos e transados. Sua prateleira não fica mais cheia de CDs, mas garanto que há uma pastinha no seu computador com os mais diversos álbuns dos mais variados artistas e estilos musicais. Inclusive aqueles fãs colecionadores também têm essas pastinhas.
As gravadoras entraram em pânico e prometiam processar quem trocava os arquivos. Alguns artistas, a princípio, foram na onda do drama das gravadoras - o Metallica tem um episódio que merece destaque. Porém, muitos desses artistas hoje não estão mais ligando para isso. A tendência agora é a tal da cena independente. Esta por sinal de primeiríssima qualidade. Depender de gravadora para quê? As músicas são divulgadas na web e dependendo da divulgação do trabalho, ganha-se com shows e vendas de acessórios da banda. Para tudo há uma solução. Já disse em outra ocasião que as gravadoras pisaram no próprio rabo e agora estão sentindo a dor. Do preço absurdo que é cobrado em um CD, muito pouco é repassado ao artista. Pra piorar vêm as senhoras rádios FMs com o tal do Jabá que faz encarecer ainda mais o preço do disco.
Artistas e grupos musicais como O Teatro Mágico, por exexmplo, são provas de que às vezes não é preciso se rastejar para as gravadoras e nem para as rádios para pedir um espaço. Com força de vontade e bom uso da internet se vai longe. Hoje o grupo possui uma legião de fãs somente com músicas baixadas da internet. Com o êxito da divulgação vem o prestígio e de alguma forma por mais que seja erguida a bandeira da independência e da rejeição do mercado fonográfico, há um interesse financeiro de qualquer forma. Assim como dinheiro não é tudo, mas sem ele não somos nada; o mesmo acontece com a arte. Fazer e consumir arte tem seu preço. Foi daí que O Teatro Mágico, entre outros artistas independentes, entraram na nova modalidade de remuneração artística que as gravadoras estão adotando também com o propósito de sairem do vermelho. Refiro-me ao patrocínio.
O artista disponibiliza suas músicas na internet e, em cada clique para baixar, ele é remunerado sendo que este dinheiro passa longe do bolso do consumidor. Isso acontece porque o artista é patrocinado. As gravadoras vêm buscando essa nova forma de negócio, pois divulga o seu artista e adequa o mercado ao seu consumidor. Isso não quer dizer que os CDs irão sumir de uma hora pra outra, mas que as gravadoras pretendem se adequar às mais diversas plataformas musicais ao gosto do consumidor. Se o consumidor quiser ouvir seu artista em CD, DVD, mp3, no celular e etc; ele vai ouvir, pois as gravadoras estão aos poucos aceitando essas diveras maneiras de proliferação da música.
Com os discos patrocinados todos saem ganhando e o consumidor pode baixar a música do seu artista de forma legal e prática. O mais recente álbum dO Teatro Mágico, lançado na internet, teve em 5 dias o número de downloads equivalente à venda de 10.000 discos. O que é importante nesse tipo de negociação é a divulgação do trabalho do artista. É preciso preparar o terreno. Posso dizer que antes dO Teatro Mágico pensar em sucesso e divulgação da arte, foi pensado muito em estratégia de Marketing. Deu certo.
Se a tendência dos downloads tirar mesmo o CD das prateleiras muita coisa vai mudar. Premiar um artista pelo disco de ouro - o equivalente a 100 mil cópias vendidas - pode mudar para - quem sabe - o Clique de Ouro, o que pode representar 2 milhões de downloadas. Se for assim, certamente O Teatro Mágico deve estar bem perto dessa marca, isso se já não alcançou. Mas eu digo aos amantes do CD: o velho objeto circular, de 12cm de diâmetro, ainda tem muita utilidade. Uma delas é fazer backup das tais pastinhas de músicas para o caso do seu computador falhar algum dia.
E que venham as inovações.
Fique à vontade para comentar. Um abraço e até a próxima.
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3 comentários:
Alex, meu caro amigo... Saudações!!
Ótimo post... e... não querendo me "gabar", mas me sinto feliz em poder ter contribuído para a elaboração da postagem... ao menos por ter abordado o assunto com vc antes, e ter te dado essa idéia...
Enfim... penso, como jah disse a vc, que essa forma de divulgação contentaria fãs e artistas, e o "bruto" da remuneração viria com os shows, pq, penso eu, se alguém gosta de uma banda, não gasta fortunas em CDS, pode se dar ao luxo de assistir ao show de sua banda...
Um grande abraço...
Perdoe pela simplicidade do coment...
Ateh a próxima!!!
Rapaz, eu não consigo ser adepto somente do tal MP3.
Sou um grande fã dos CDs, e não deixo de compra-los por nada.
Os únicos downloads que faço são de bandas das quais eu não compraria um CD, por gostar apenas de algumas canções.
Concordo quando se diz que os preços dos CDs são abusivos, já cheguei a pagar R$65,00 num único disco, o que demanda alguma poupança para efetuar tal aquisição.
Sei lá, para mim existe uma certa magia nos CDs, que alguns identificam no vinil.
Enquanto isso minha prateleira vai abrigando meus artistas prediletos.
Abraços jovem Quixote!
Comodismo, caro amigo. Comodismo.
Uma leve colaboração dos pobres (espírito)para que os mais favorecidos (financeiramente) empobreçam.
Mais favorecidos "entre aspas", não é mesmo?
Quantos mais estão por trás do árduo trabalho de mera gravação...
Embora precise admitir meus "Downloads" semanais dos artistas que não me comovem tanto... Pois aos que admiro, faço questão de ter originais...
Poucos? Talvez. Mas eu não daria mísero centavos em algumas músicas de nossa atualidade (algumas? que economia!)...
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