domingo, 27 de julho de 2008

POEIRA PUBLICITÁRIA - Nº 06

Olá a todos. Dando continuidade ao meu protesto contra o projeto de lei que proíbe a propaganda voltada para as crianças e a utilização das mesmas em comerciais e anúncios, relembro hoje alguns clássicos da Propaganda Brasileira que marcaram época e que fazem parte da lembrança de muitas pessoas. Claro que os comerciais que apresento hoje tiveram crianças atuando neles. Eis o primeiro:



Em 1973, este VT - com o brilhante Ferreira Martins na locução - deu os primeiros passos para o que chamamos de politicamente correto. Tratava-se de um comercial em que a Seagram do Brasil despertava a atenção do público quanto aos perigos da bebida alcoólica. Isso hoje é comum, ainda mais porque existe a obrigação das empresas desse segmento colocarem avisos em seus anúncios como "Beba com moderação", "Se beber, não dirija", entre outros. Naquela época, não havia essa preocupação e muito menos o interesse em se preocupar. A Seagram, além de dar o alerta, foi além. Parece absurdo usar uma criança em um comercial cujo anunciante é uma empresa de bebidas alcoólicas, mas foi isso mesmo o que aconteceu. E, além do mais, este comercial foi premiado por destacar a relação pais, filhos e bebida alcoólica no Festival de Cannes daquele ano.

Avançado treze anos:



A garotinha ruiva e atrevida foi a sensação da série de comerciais que lançou o calçado infantil da marca Grendene no ano de 1986. O motivo principal da campanha era a oferta de um acessório ao lado do calçado e, é claro também, divulgar a versão infantil dos calçados Melissa, antes exclusiva do público adulto feminino.

E quando a sensibilidade toma conta de um comercial, este se torna inesquecível:



Em 1988, uma campanha teve o desafio de rejuvenescer a Seiva de Alfazema. Como fazer com que o perfume popular entre as mulheres fosse passado de geração em geração por meio de suas filhas? A idéia foi este comercial onde a sensibilidade e a cumplicidade entre mãe e filha não só rendessem resultados para o produto como também muitos prêmios. A preocupação para que o comercial não fosse encarado como erótico, foi fundamental nos cortes das cenas o que destacou ainda mais a edição do VT em sincronia com o movimento das atrizes e da música ao fundo.

Ainda na década de 80, um pouco antes:



É comum ouvirmos por aí a expressão "Não basta ser pai, tem que participar". Este foi o slogan utilizado por esta ação da Gelol em 1983, tornando-o ditado popular até hoje. O comercial proporcionou à pomada a sua fama no Brasil. O tom emocional mostrando que os filhos precisam sempre da ajuda dos pais, principalmente nos momentos de derrota, serviu não somente como a divulgação da marca, mas também como um puxão de orelha em muitos pais.

E para encerrar, não poderia deixar este de fora:



Um fenômeno. É isso que podemos dizer do comercial Mamíferos da Parmalat. Tudo porque tal ação é considerada um dos maiores cases promocionais do Brasil. Entre 1997 e 1999, a ação presenteou os consumidores com bichinhos de pelúcia cuja produção inicial foi de 300 mil unidades. Resultado: faltou bichinho no mercado devido o grande sucesso da campanha. A produção, então, subiu para 15 milhões o que resultou na maior troca de brindes já realizada no Brasil. O comercial encantou consumidores e telespectadores daquela época. Infelizmente, devido um golpe financeiro na matriz italiana, a empresa passou por dificuldades nos anos 2000. Em 2007, a campanha voltou para a mídia com os mamíferos crescidos; porém sem muito sucesso.

Existem outros grandes exemplos de comerciais inesquecíveis com crianças que certamente farão parte do "Poeira Publicitária". Para não me alongar demais na postagem de hoje, deixei apenas estes. Espero que tenha gostado e relembrado desses inesquecíveis clássicos da propaganda. Aqueles que não pertenceram às épocas citadas, vale a pena conferir o acervo publicitário brasileiro.

Um abraço e até a próxima.

5 comentários:

Paulinh@=) disse...

Alex, caro amigo,
Saudações...

Não poderia deixar de registrar minha rápida passagem aqui no blog... ainda mais nessa "temática" Poeira Publicitária, q eu tanto gosto...

As propagandas que vc postou nos fazem refletir os comentários do post anterior... o apelo favorável q as crianças implicam aos comerciais...

Como disse meu namorado, qdo comentei a respeito da tal lei "pq esse pessoal do legislativo não vai pensar em leis q melhorem a condição da vida do povo, em vez d ficar mexendo nessas coisas..."

Sobre os comerciais... o único do qual me lembro é o da Parmalat, aliás, um dos meus comerciais favoritos... nesse interim, vale lembrar q além das crianças, outro ponto forte dessa propaganda foi o Jingle... marketing musical mto bem empregado, o q garante q ao assistir a propaganda, cantemos junto "O Elefante é fã de Parmalat... o porco cor-de-rosa e o macaco tbm são..." enfim...

Ótima postagem...

Abraço e até a próxima!!!

Tiago Oliveira disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Tiago Oliveira disse...

Salve, salve!

Inegável a profundidade e qualidade de muitas propagandas com atuação, o mesmo participação infantil.
Mas continuo apertando a tecla que usei no meu comentário anterior: Na tela é tudo muito bonito e inocente, mas nos bastidores a coisa nem sempre é assim.
Pais explorando filhos, crianças sem infância.

Concordo que deva se achar um meio termo nessa situação, mas quem está disposto a negociar, principalmente quando a dinheiro envolvido?
Difícil achar quem coloque o bem-estar de uma criança à frente dos lucros, infelizmente, no mundo frio em que vivemos.

Abraço nobre Quixote!

Continue defendendo suas crenças, sempre.

Seile Manuele Corrêa disse...

Há comerciais e comerciais. Os de conscientização sobre acidentes no trânsito ou conseqüencias quanto ao uso de entorpecentes são, sinceramente, relevantes... Mas é o velho ditado "Dar-lhe-ia a mão e quereria o braço inteiro"... E isso não nega o que defendi no comentário passado.
Crianças devem estudar e decidir, a partir da própria consciência, o que querem ou não fazer, sem ser o reflexo dos desejos dos pais ou da mídia manipulante... E publicitários inteligentes certamente serão criativos suficientes para suprir essa limitação em seu leque de atores...

Anônimo disse...

Ótimo blog!
Façam um visita ao Acervo Publicitário:
http://acervopublicitario.blogspot.com/

Forte Abraço!